quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cuidado! machismo mata!





Segundo informações divulgadas pelo site Terra hoje (26/08), o advogado de Bruno, ex-jogador do Flamengo, fez novos ataques a Eliza Samudio. Eliza foi vitima de uma violência brutal e seu corpo está desaparecido há 04 meses.


Os argumentos usados pelo advogado para defender Bruno são tão sujos quanto o que aconteceu com Eliza; segundo as denuncias, o ex-jogador – com ajuda de amigos – teria espancado Eliza, executado e jogado o seu corpo para alimentar seus cães.

A mídia joga palavras e frases polêmicas para alimentar e dar ar de mistério ao show de horrores, mas se esquece de questionar os motivos pelos quais Eliza teria sofrido tais barbaridades. A defesa de Bruno afirma:


“Como pode a pessoa que se diz seqüestrada, ligar para o seqüestrador e pedir para ir buscá-la, abrir a porta do carro por livre e espontânea vontade e entrar no condomínio sem sequer ser notada pelos funcionários?... [ ] pessoas como ela, que vendem o corpo e participam de orgias, é difícil dizer se ela não sofreu nada de mais. A imagem dela diz por si só. Um dos atos que ela praticou está na internet e eu mesmo recebi por e-mail", afirmou o advogado Marcio Carvalho.


O que percebo é que Eliza está sendo culpada por ter sido agredida e morta, assim como milhares de mulheres que são acusadas de serem culpadas todos os dias em delegacias, por amigos(as) ou pela família por sofrerem violência domestica, serem ameaçadas e / ou estupradas. Nossa sociedade que funciona em um sistema patriarcal dá carta branca pra que os homens façam qualquer tipo de violência contra uma mulher, seja a agressão física ou a psicológica com desculpas diversas que em sua maioria culpabilizam as próprias mulheres por suas posturas, roupas, maquiagens, etc. Analisando a frase do advogado Marcio Carvalho, podemos concluir que Eliza era prostituta e por isso pode ser morta? Pelo simples fato de que Bruno não queria assumir o filho – que, diga-se de passagem, ele também fez – se explica e legitima tal brutalidade?


Não é nada disso. O machismo que faz parte do nosso cotidiano e que se expressa em formas de controle e de poder, mata 10 mulheres por dia no Brasil. Infelizmente o caso da Eliza é só mais um que choca a população por alguns dias, mas que não passa de um assunto da semana nas mídias. Impressionante como esses questionamentos sobre a postura de Eliza, as atitudes ou as roupas que usava ainda tem espaço pra serem faladas em uma audiência... Fica claro que uma mulher não tem liberdade pra vestir o que quer ou pra fazer o que bem entender, pois ela não é um ser formador de opinião, ela é um nada dentro do sistema machista, de mercado e de sistema que oprime e mercantiliza a vida e o corpo da mulher.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Colaboro com o abaixo assinado SALVE O MANOS E MINAS.

Precisamos colocar a questão da cultura de rua, mais especificamente da periferia, no centro das discussões de cultura em SP. O hip hop precisa ganhar força para estar nos espaços de (re) organização cultural, pois como sabemos ele é uma forma de protesto, é uma forma de reivindicação ao nosso sistema que exclui essa parcela da sociedade prejudicando na vida cotidiana e nas oportunidades que são tiradas de tantos jovens. O programa Manos e Minas coloca em pauta temas que fazem parte da realidade da população pobre no Brasil, qua vai desde uma busca pelo trabalho formal até a questão do transporte público, a questão das enchentes e outros problemas concretos que prejudicam o corre da galera com a idéia de abrir espaço pra reflexões e criticas sobre as dificuldades cotidianas da vida dos jovens em bairros esquecidos pelo atual governo de SP. Reforçando que falo também contra o desmonte da TV Cultura que matem a idéia da privatização da emissora. Estão tentando, mas não vão nos calar. Contribua com as assinaturas do abaixo assinado.


Abaixo assinado salve o Manos e Minas
Postado por Mandrake no site do Portal Rap Nacional
manoseminas-logo
Abaixo assinado salve o Manos e Minas
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Pela primeira vez a cultura de rua e a periferia tiveram voz na televisão aberta. O Manos e Minas, da TV Cultura, foi o veículo dessa voz que agora está sendo calada. João Sayad, o presidente da Fundação Padre Anchieta, tirou Manos e Minas do ar – o único programa que mostrou que periferia não é sinônimo de bandidagem. Ali nascem também artistas, trabalhadores e músicos, gente que faz Cultura de verdade.

Esse abaixo-assinado é uma das formas de protesto contra essa decisão arbitrária e desrespeitosa com a população mais carente que tinha no Manos e Minas o seu único e melhor canal de expressão. Diga não ao fim do Manos e Minas. O Portal RAP NACIONAL está fazendo a sua parte, e pede para que você participe, colabore e ajude a salvar o Manos e Minas, deixe seu nome e RG nos comentários pelo site:

http://www.rapnacional.com.br/2010/index.php/noticias/abaixo-assinado-salve-o-manos-e-minas/




quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Moção de Repudio contra a ação criminosa da Rede Globo em relação às mulheres que praticam aborto

É “fantástico” como a Rede Globo, ao longo dos últimos anos, tem cumprido um papel de afirmar e incrementar visões conservadoras na sociedade brasileira de forma geral, e de reafirmar a ideia do aborto como assassinato, em particular. As novelas da Globo têm sido o principal instrumento para veicular esta visão de aborto como crime e taxar as mulheres que o praticam de assassinas.

Não bastasse, esta emissora tem também assumido um papel policialesco, ao produzir reportagens para criminalizar e denunciar o aborto clandestino. Não podemos esquecer que o estouro de uma clínica no Mato Grosso do Sul, no final de 2007, que resultou na exposição pública do nome de dez mil mulheres e na condenação de trabalhadoras e de mulheres que fizeram aborto, foi desencadeada a partir da ação desta emissora, após denúncia feita contra a clínica.

A partir deste episódio, tem se desenvolvido no Brasil uma ação sem precedentes de criminalização do aborto. Inclusive com a proposta de uma CPI do aborto, contra a qual os movimentos têm lutado. Sabemos que a Rede Globo não está sozinha. Ela se articula com o setores mais conservadores da sociedade, que reúne parlamentares e igreja católica, com o intuito de retroceder nos poucos avanços que as mulheres conquistaram na área dos direitos reprodutivos.

Neste domingo, 1º de agosto, o programa Fantástico fez uma reportagem no mínimo revoltante. Em uma ação policialesca, entrou em clinicas clandestinas de Salvador, Belém e Rio de Janeiro para denunciar o aborto clandestino. Como sempre, foram expostas as mulheres pobres e as clínicas que atendem mulheres pobres, marcando assim o caráter de classe da criminalização do aborto. Por que não mostrou as clínicas em que as artistas e celebridades da Globo fazem abortos? Por que não mostrou os médicos as atendem? Ficou claro as mulheres ricas e as artistas da globo ficam preservadas, pois para elas o aborto não é problema, e nem é feito nestas clínicas.
Esta atuação da Globo somente reforça a já emblemática situação de criminalização instaurada no país. Sabemos que o aumento da repressão empurra as mulheres pobres para práticas de aborto cada vez mais inseguras, condenando-as a correr graves riscos para suas vidas, e para sua saúde física e psíquica. Além de não contribuir para reduzir este grave problema de saúde pública, alem de demarcar o lugar de subordinação das mulheres, já que elas não têm o direito de decidir sobre seus corpos e suas vidas.
É preciso lembrar sempre que são as mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, as que mais sofrem com a criminalização. São elas que recorrem à clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar para países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas.

Diante de tudo isso, nós, mulheres da Marcha Mundial, vimos a público repudiar esta ação criminosa da Rede Globo contra as mulheres pobres que praticam aborto. Ao invés de punição, nós propomos para o Brasil uma política pública integral de saúde que auxilie mulheres e homens a adotarem um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito. Somente a legalizaçao do aborto no Brasil é capaz de reverter a situação dramática da clandestinidade do aborto, que mata, humilha e pune as mulheres que ousam decidir por suas vidas.

Fazemos coro com os movimentos que lutam pela democratização dos meios de comunicação para dar um basta nesta postura criminosa, reacionária e autoritária da Rede Globo.

Fora Rede Globo! Basta de violência contra a mulher!
Pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

Marcha Mundial das Mulheres


http://www.sof.org.br/marcha/?pagina=inicio&idNoticia=465