Segundo informações divulgadas pelo site Terra hoje (26/08), o advogado de Bruno, ex-jogador do Flamengo, fez novos ataques a Eliza Samudio. Eliza foi vitima de uma violência brutal e seu corpo está desaparecido há 04 meses.
Os argumentos usados pelo advogado para defender Bruno são tão sujos quanto o que aconteceu com Eliza; segundo as denuncias, o ex-jogador – com ajuda de amigos – teria espancado Eliza, executado e jogado o seu corpo para alimentar seus cães.
A mídia joga palavras e frases polêmicas para alimentar e dar ar de mistério ao show de horrores, mas se esquece de questionar os motivos pelos quais Eliza teria sofrido tais barbaridades. A defesa de Bruno afirma:
“Como pode a pessoa que se diz seqüestrada, ligar para o seqüestrador e pedir para ir buscá-la, abrir a porta do carro por livre e espontânea vontade e entrar no condomínio sem sequer ser notada pelos funcionários?... [ ] pessoas como ela, que vendem o corpo e participam de orgias, é difícil dizer se ela não sofreu nada de mais. A imagem dela diz por si só. Um dos atos que ela praticou está na internet e eu mesmo recebi por e-mail", afirmou o advogado Marcio Carvalho.
O que percebo é que Eliza está sendo culpada por ter sido agredida e morta, assim como milhares de mulheres que são acusadas de serem culpadas todos os dias em delegacias, por amigos(as) ou pela família por sofrerem violência domestica, serem ameaçadas e / ou estupradas. Nossa sociedade que funciona em um sistema patriarcal dá carta branca pra que os homens façam qualquer tipo de violência contra uma mulher, seja a agressão física ou a psicológica com desculpas diversas que em sua maioria culpabilizam as próprias mulheres por suas posturas, roupas, maquiagens, etc. Analisando a frase do advogado Marcio Carvalho, podemos concluir que Eliza era prostituta e por isso pode ser morta? Pelo simples fato de que Bruno não queria assumir o filho – que, diga-se de passagem, ele também fez – se explica e legitima tal brutalidade?
Não é nada disso. O machismo que faz parte do nosso cotidiano e que se expressa em formas de controle e de poder, mata 10 mulheres por dia no Brasil. Infelizmente o caso da Eliza é só mais um que choca a população por alguns dias, mas que não passa de um assunto da semana nas mídias. Impressionante como esses questionamentos sobre a postura de Eliza, as atitudes ou as roupas que usava ainda tem espaço pra serem faladas em uma audiência... Fica claro que uma mulher não tem liberdade pra vestir o que quer ou pra fazer o que bem entender, pois ela não é um ser formador de opinião, ela é um nada dentro do sistema machista, de mercado e de sistema que oprime e mercantiliza a vida e o corpo da mulher.